13/07/2009

julho 13, 2009
Muitos adoram, muitos acham legal, muitos “já que tá tocando, deixa!”, muitos “pelo amor de Deus, desliga isso!” e muitos “cala a boca que eu tô ouvindo Rock and Roll!!! Para esses últimos, hoje, nesse dia 13 de julho, é o seu, Dia Mundial do Rock and Roll.

Não vou falar sobre o nascimento do Rock, de seus maiores astros e etc., porque nessa data, com certeza, os sites e jornais estão cheios de informações desse tipo, assim prefiro fazer um breve comentário em outra área: a idade para se ouvir Rock.

Muitos acreditam que esse gênero musical tem limite de idade para se apreciar, "Parei de ouvir por volta dos meus vinte e cinco anos, depois não tinha mais idade para isso", dizem alguns, "Já tenho quarenta anos, seria ridículo, na minha idade ouvir Rock", esbravejam outros. Mas por que esse limite de idade? O gênero é barulhento para a maior idade? Mas e as orquestras de Jazz com todos aqueles metais, as orquestras sinfônicas com todos aqueles instrumentos tocando Bruckner, Tchaikovsky? E a Salsa, os ritmos dançantes caribenhos? Então o limite seriam algumas letras adolescentes, ingênuas para a idade? E quanto às letras de Jazz que falam de “my babe” e “dançar a noite toda”? E as letras caribenhas falando em bailar e bailar? Há letras ingênuas no Rock, mas também letras que retratam a sociedade ou o sentimento humano. Bandas como Tool fazem letras bastante profundas, Porcupine Tree, Pink Floyd, Alice in Chains etc., outras trazem letras com fantasias, contos fantásticos, histórias de terror – como os contos de Edgar Alan Poe – dentre outros temas.

Todos os gêneros musicais, até a Ópera e as Lieders alemãs, trazem temas variados, assim como o Rock; instrumentistas bons existem em todos os gêneros musicais; encontramos grandes guitarristas, como Michael Schenker, Ed Van Halen, Ritchie Blackmore, bateristas como o insuperável Niel Part, John Bonhan, baixistas como Steve Harris, Geddy Lee e outros, tudo isso no Rock, alguns com formação clássica outros com apenas treinamentos incessantes; já no Clássico, vemos grandes violinistas como Gidon Kremer, Itzhak Perlman, violoncelistas como Pablo Casals, Jacqueline Du Pré, pianistas como Nelson Freire, Pollini, Sanson François, maestros como Carlos Kleiber, Karl Böhm; no Jazz, trompetistas como Miles Davis, Freddie Hubbard, saxofonistas como Coltrane, Hank Crawford, pianistas como Brubeck, Bill Evans, enfim, cada gênero tem seus mestres.

Escutemos uma música, ou um gênero, não porque consideramos para adolescentes ou adultos sérios, mas porque nos toca, nos deixa feliz, nos acalma ou nos dá vida. Há hora e lugar para tudo; em determinados momentos uma música clássica pode não caber ou um Jazz, mas cabe um Rock, se você gostar, já em outros seria impróprio ouvir Rock, melhor Chico Buarque ou Chopin, são muitas as possibilidades, mas não se prive por causa da idade. Na Finlândia é comum senhores de mais de setenta anos de idade em shows de Heavy Metal. Entretanto, isso não quer dizer que você deverá ouvir Rock para ser jovem, de forma alguma, quer dizer que se você gosta, não deve deixar de ouvir porque se acha velho para isso, nem deve discriminar quem ouve. Goste de muitos ou goste de um só, mas goste sem preconceito.

Então, parabéns aos mestres, criadores e divulgadores deste gênero que, contradizendo muitas expectativas, não morre.




Imagem: Robert Lee Jones, Cristo.

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